Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922 um grupo de artistas de vanguardas realizaram um evento que marcou o início do modernismo brasileiro. Os anos anteriores da Semana de Arte Moderna, então, foram marcados pelas polêmicas e discussões entre os artistas conservadores e modernistas e a formação e organização das ideias do modernismo que tomaram como base diversas vanguardas europeias, entre elas o Futurismo. O uso do termo futurismo na época era um tanto confuso, conforme o Brasil entrava em contato com os manifestos do movimento europeu começava a ser usado o termo futurista para diferenciar os artistas conservadores dos modernos, sendo os primeiros passadistas e os últimos futuristas. Mas para quem lê os manifestos e obras do Futurismo Italiano fica óbvio que os dois movimentos são bem distintos. Sérgio Buarque de Holanda nota a diferença entre o nome usado por jornais e artistas do Brasil e o termo original de Futurismo no artigo “O futurismo paulista” publicado em 10 de dezembro de 1921: “[…] o novo movimento tem naturalmente os seus erros, como todas as grandes reações, mas possui também a vantagem imensa e inapreciável de trazer algo de novo, vantagem que por si só já o justifica e o torna louvável. A tendência para o novo é a base e o fundo mesmo do movimento. Todo o resto é exterioridades. [...] Por isso não é tão censurável o erro de alguns que chamam futurista a toda tendência mais ou menos inovadora. E já hoje é nessa significação que se compreende quase universalmente a denominação de futurismo.” E Mário de Andrade de forma mais resumida ainda escreve no artigo “Arte moderna I: Terno idílio” ao tentar demonstrar aos leitores o que a semana de arte moderna buscava ser e não ser: “Não nos cingimos absolutamente ao futurismo contraditório, embora às vezes admirável, de Marinetti. Desejamos apenas ser atuais.” Então o que era esse Futurismo contraditório, mas admirável que muitas vezes se confundia com o modernismo brasileiro? O Futurismo Italiano foi um movimento que buscava a total renegação do passado e a glorificação do futuro, criticando as artes na Itália por sua dependência às coisas clássicas e clamando para novas artes baseadas na indústria, na máquina, na velocidade e na violência. Foi uma vanguarda baseada em manifestos que percorriam todas as artes (esculturas, pinturas, poemas, teatro e até arquitetura), tendo como texto fundador o Manifesto do Futurismo escrito por Filippo Tommaso Marinetti. Outras características importantes do movimento era a comemoração da juventude e da liberdade “com as palavras” usando linguagem bem mais fervorosa do que em outras literaturas demonstrando o lado literário do uso da violência no movimento. Outras manifestações desse fervor aparecem no Manifesto do Futurismo que clama para que museus e bibliotecas sejam abolidos e vandalizados, e que glorifica a guerra como única higiene do mundo possibilitando o surgimento de inovações e revoluções. Futuristas se espalhavam por todos os tipos de artes, mas Marinetti tinha participação e influência direta em quase todos os manifestos. Em alguns casos ele escolheria qual manifesto se tornaria oficial. Arquitetura foi um campo extremamente atrativo para eles. Várias obras de arte possuíam referências à cidade, sua velocidade e seus sons, criando várias manifestações visuais destes movimentos e barulhos, mas na arquitetura os futuristas encontraram espaço para estudar e moldar diretamente seu objeto de apreciação. Nesta área o Manifesto da Arquitetura Futurista é o principal, criado por Antonio Sant’Elia. O manifesto nota como a evolução das máquinas o aumento da população e necessidades de higiene não são satisfeitas pelas arquiteturas modernas, que são criticadas pelo autor por não serem originais e se basearem em misturas de várias arquiteturas, um “grotesco anacronismo”. A arquitetura proposta não seria baseada em proporção ou estética, mas na vida moderna e no uso de novos materiais como concreto, vidro, ferro e outros. Sant’Elia via a cidade como um grande complexo industrial que se modificava conforme as necessidades, onde existiria um constante processo de substituição das casas e prédios, sem espaço para casas tombadas, muito menos museus e bibliotecas. O manifesto nasceu de uma mensagem escrita em 1914 por Sant’Elia que acompanhava seu trabalho “Cidade Nova” em uma exposição de seu grupo de colegas arquitetos que foram inspirados por manifestos e obras de arte de outros artistas futuristas. Com intervenções de Marinetti, Sant’Elia transformou sua mensagem no Manifesto da Arquitetura Futurista. Entretanto a arquitetura presente neste manifesto e de outros contemporâneos de escala metropolitana nunca sairiam do papel. Muitos futuristas abandonaram as ideias do movimento e até perderam a vida por causa da Primeira Guerra Mundial, mas os artistas que iriam continuar depois deste período, como Marinetti, tomariam um rumo bem mais político, acreditando em uma possível revolução na Itália, que iria modificar a moral da sociedade da época. Permeados dessa ideia de uma revolução italiana os futuristas influenciam Mussolini na criação do Partido Nacional Fascista através do Partido Político Futurista que foi absorvido ao de Mussolini. É claro que os futuristas, desejando hegemonia na ideologia do novo partido, ficaram insatisfeitos quando, após a derrota nas eleições de 1919, Mussolini se aproxima de grupos reacionários e católicos causando uma debandada de futuristas após diversas discussões, muitos, porém, voltam ao ditador considerando que as ideias de violência e juventude presentes no fascismo poderiam servir de base para que pudessem retomar certo protagonismo no regime. Algumas comparações feitas sobre as plantas das cidades futuristas de Sant’Elia são de que são como cidades fantasmas. É uma comparação inescapável considerando quão vazias essas cidades gigantescas parecem e de como os ideais do futurismo envelheceram muito rápido. Mas é fácil esquecer o quão influente o futurismo italiano foi (tome a Semana de Arte como exemplo).
0 Comentários
Há 49 milhões de anos atrás o mundo era muito mais quente. Inclusive o período do eoceno (56-34 milhões de anos) começou marcado por um aumento brusco de temperatura chamado Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno e depois uma queda dessa temperatura. Ainda não se sabe ao certo o motivo desse grande aquecimento, várias hipóteses buscam achar uma resposta, mas o fato era de que o efeito estufa nesta época era alto e que a atmosfera era rica em dióxido de carbono. No entanto, como eu falei, a temperatura despencou em meados do período eoceno adicionando outras perguntas com tentativas de respostas muito interessantes :p Além de outros eventos geológicos que podem estar relacionados, a queda de temperatura pode ter sido um efeito de um evento geo-biológico chamado Evento Azolla que ocorreu no Oceano Ártico (polo norte) que na época, devido a quentura, não possuí calotas. Além do mais o Oceano era fechado pelos continentes formando um mar interior. Assim devido à alta evaporação o mar se tornou extremamente salgado e as águas doces e menos densas que desembocavam ali, em maior volume por causa das chuvas da época, criaram uma fina camada sobre o mar salgado o que proporcionou a proliferação de uma espécie de samambaia aquática chamada Azolla extremamente efetiva em se proliferar. Com tamanha proliferação por todo o Mar Ártico as plantas sequestravam muito dióxido de carbono da atmosfera, mas, não somente isso, quando estas morriam elas afundavam para o fundo do mar o que impediam suas decomposições e consequente devolução do gás pra atmosfera. Continuando esse ciclo de sequestro de carbono por milhares de anos estas plantas mudaram a temperatura global (junto com outros eventos). Sequestro de dióxido de carbono é um assunto que considero muito interessante porque este é o assunto que muitos profissionais ao redor do mundo trabalham como medida para combater o aquecimento global (que a propósito é uma alteração de temperatura tão brusca quanto o Máximo Térmico) Mas não é surpresa que este tópico seja bastante complexo ainda mais quando se adicionam os aspectos econômicos e políticos entre os países. Por isso acho incrível que você possa encontrar recursos como o site Carbon Dioxide Removal Law da Columbia University. Ele é um extenso banco de dados com centenas de leis e recursos sobre a remoção de dióxido de carbono separados em duas divisões técnicas que se diferenciam na questão de como se usa este carbono que está sendo sequestrado. Nem sempre quando se "remove" o CO2 da atmosfera a empresa não o utiliza mais. Ele pode ser guardado, transformado em outros produtos e serviços que então o liberariam de volta em diversos processos. O objetivo destes métodos é serem neutros na liberação de CO2, colocando na atmosfera gases que já estavam nela, diferente do que a indústria humana sempre fez, que é queimar combustíveis que estavam sem contato com a superfície por milhões de anos. Este método de uso neutro do carbono se chama Captura, Utilização e Guarda de Carbono (CCUS em inglês). Entretanto ele não está sozinho e é acompanhado pelos métodos de emissão negativa de carbono que buscam caminhos tecnológicos e naturais para retirar completamente partículas de CO2 da atmosfera sem a criação de subprodutos. A complexidade destas indústrias vão além das suas tecnologias e entra em questões financeiras, por exemplo um destes métodos está em vantagem de outro por criar um produto e assim obter lucro, mas se o objetivo é combater efetivamente o aquecimento global as tecnologias que negativam o dióxido de carbono são melhores. Por isto o site da Universidade Columbia presta um grande serviço ao organizar as leis que regem o mundo da remoção de carbono, trazendo informações sobre as nossas ferramentas neste evento geológico que vivemos.
No post sobre frangos que produzi falei sobre o desenho de uma galinha com calças feita por um garoto do século XVIII em seu diário. Quando a equipe do museu onde ele estava guardado encontraram os desenhos foram elaboradas postagens no twitter para compartilhar o achado, logo diversas questões sobre o design da galinha de calças surgiram, como, por exemplo, o fato de que existisse um brasão de uma cidade holandesa idêntico ao desenho do garoto. Diante destas perguntas o museu elaborou um post discutindo o brasão, que na verdade se trata de um caso de armas falantes onde o desenho evoca o nome do local ou da pessoa que as usa como no exemplo da cidade holandesa, que possui o nome de Hensbroek, galinha de calças literalmente, mas cujo significado original era “áreas pantanosas de Hein” apesar do significado literal de broek ser calças enquanto Hein sendo um nome popular holandês. Apesar do nome que descreve o pantano da cidade passar um tanto despercebido, o ambiente influenciou bastante o design do brasão, os primeiros desenhos do escudo apresentavam uma galinha (hens) sobre uma colina, um local seguro das enchentes da cidade. Conforme os programas de drenagem iam sendo realizados e as cheias da cidade diminuíram de intensidade, o brasão foi sendo modificado até ao de uma galinha que podia usar suas calças (broek) sem as molhar. Os símbolos podem ser muito modificados pelo imaginário das pessoas e de uma sociedade, mas muitos também podem moldar e se enraizar na memória popular. Um exemplo disso é como os escudos se tornam produtos extremamente colecionáveis, como o sabonete Eucalol que possuía séries de desenhos colecionáveis em seus produtos, tendo uma série destinada aos escudos do Brasil. Os brasões do período imperial no Brasil buscaram se diferenciar dos de origem portuguesa, mostrando características da geografia e economia inerentemente brasileiras, e acompanharam outras áreas da cultura nos projetos do reinado de D. Pedro II quanto à criação e o enraizamento de sentimentos nacionalistas. Hoje os brasões tomaram um aspecto cívico, sendo usados, por exemplo, em corporações e prefeituras, diferente das antigas armas que vinham acompanhadas de títulos de nobreza e de seus rituais. Não somente a presença de personagens nacionais diferencia os escudos brasileiros, mas também a não preocupação com padrões e normas de sociedades heráldicas sobre o desenho destes, mesmo durante o império. Saber da história e dos brasões brasileiros não é somente uma curiosidade histórica, mas auxilia a pesquisa da história de um local e sociedade e de seus objetos, documentos, e imaginários. Modificações do desenho de brasões não são exceções como o caso da cidade de Hensbroek, também podem ocorrer em cidades como São Paulo que passam por ajustes dos padrões de estética várias vezes durante os anos. Como item de coleção e imaginário ou como ferramenta de pesquisa a heráldica estuda e produz símbolos comunicativos que, mesmo não sendo armas falantes com desenhos bastante literais, contam a história e tensões de uma sociedade e país. Posso não ter todos os conhecimentos das regras de heráldica, mas as fontes que tenho aqui sim. Apesar de ter alguns links para a wikipedia é ainda assim um bom site para chegar até fontes que nós não conhecemos ao final de cada artigo. Fontes:
https://www.heraldry-wiki.com/heraldrywiki/wiki/Eucalol https://www.heraldry-wiki.com/heraldrywiki/index.php?title=Hensbroek https://merl.reading.ac.uk/news-and-views/2018/10/chicken-wearing-trousers/ https://www.openculture.com/2018/10/museum-discovers-math-notebook-of-an-18th-century-english-farm-boy.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Armas_falantes https://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%A1ldica_brasileira Quando era criança eu tinha uma galinha garnisé de estimação chamada Jony, que era o nome de um personagem de um programa infantil :p (depois que escrevi isto descobri que o nome dele era Kurt na verdade, mas manti o nome do texto de Jony porque é uma licença que estou tendo). Garnisé não é o nome de uma raça específica mas de uma variação menor de outras raças, e este nome pode dizer muito sobre a história da frango como animal doméstico. Em inglês garnizé é bantam, nome do lugar de onde as primeiras variantes pequenas vieram, na Indonésia. Mais tarde a palavra evoluiu para descrever um lutador (humano) pequeno, mas "bravo", o que mostra um dos principais destinos dos bantams e de outras raças, a briga de galos. A galinha tem uma grande representação em nossas mídias e culturas, mas até aí ela o é assim como qualquer animal doméstico, entretanto falar sobre sua domesticação e história é falar sobre como os seres humanos interagem com os animais ao seu redor e como estes são os principais atores em questões éticas. O seu ancestral é o galo-banquiva, eles até são considerados a mesma espécie, sendo classificados como Gallus gallus domesticus e Gallus gallus respectivamente. Só que alguns estudos mostram que os frangos possuem genes das outras três espécies selvagens dos Gallus (como o Gallus lafayettii, Gallus sonneratii e Gallus varius) o que influenciou muito na quantidade de variedades e formatos de galinhas que existem. A domesticação aconteceu repetidamente em diferentes épocas e nas regiões da Índia, China e o sudeste asiático, portanto as hibridizações aconteciam não somente entre os animais selvagens, mas entre os animais domésticos de outras ondas de domesticação e outros híbridos também. Então o tempo também influenciou nas variedades delas. Entretanto o que se imagina é que os galos começaram a ser domesticados pelos seus valores religiosos e para a prática da briga de galos. Só que na região da Cisjordânia podem ser encontrados registros fósseis de galinhas do período helenístico (que começa depois da morte de Alexandre, o grande) em quantidades e localizações que podem indicar o começo da exploração econômica de sua carne. Muito provavelmente por causa do clima e de problemas na criação de animais grandes os habitantes se voltaram à criação de galinhas para poderem comer. E como a região era de grande importância comercial muitos povos se encontravam ali, o que ao mesmo tempo pode ter introduzido a ave como um pássaro exótico do oriente e mais tarde a distribuída para as outras partes do globo. Mesmo assim os valores simbólicos delas não foram esquecidos, os romanos as usavam para prever resultados de batalhas dependendo do apetite delas, e a briga de galos existiu por muito tempo havendo clubes e pessoas especialisadas em cruzar e criar melhores lutadores, da mesma forma que cruzavam para encontrar a que melhor botava ovos, que melhor engordava e que melhor servia de animal de estimação. Um gene interessado na criação de galinhas de estimação é o dos ovos verdes e azuis das araucanas que tem uma história genética ao mesmo tempo confusa e interessante. Para uma delas ter característica de animal de estimação, entretanto, não precisa de nada específico, elas já são dóceis e se apegam aos seus donos. E os donos se apegam à elas. Um diário de um garoto do século 18 mostrou como um frango com características humanas era tão divertido para ele. Dentre os pequenos desenhos que ele fazia, em que o ambiente matemático das suas tarefas de escola se confundiam com paisagens e objetos do seu cotidiano, há uma galinha vestindo calças :D Hoje em dia a briga de galos é proibida em grande parte dos países, no Brasil desde 1934, só que as discussões éticas envolvendo galos não termina aí e toma um lado extremamente específico com a criação do projeto da Galinhossauro do paleontólogo Jack Horner. O plano consistia em exagerar os traços genéticos escondidos na ave e fazer com que ela retome características dos antepassados dinossauros. Muitos indivíduos (nós inclusive) podemos acabar retomando vestígios raros destes traços em seus corpos, como pequenas nadadeiras traseiras em um golfinho e mais de dois mamilos em humanos. É um assunto que tem haver com galinhas de estimação obviamente porque quem não gostaria de ter um dinossauro em casa? Muito provavelmente você deve ter ouvido sobre o assunto em reportagens do fantástico há alguns anos e se perguntado como está este projeto. Um vídeo (em inglês) do canal do TREY the Explainer (que inclusive trabalha em um laboratório que recebeu investimentos para o projeto) fala sobre a crise ética de se tentar criar uma atração viva um tema presente nos próprios filmes do Parque dos Dinossauros. Em determinado momentos Horner fala como o projeto encontrou alguns problemas na recriação de algumas características da ave e que poderia usar transgenéticas para resolver, o que significa que seriam usados outros genes de outros animais para exagerar esses traços, o que poderia trazer complicações ao indivíduo sendo criado. Na genética entretanto, nem tudo é altamente questionável quanto a galinhossauro. Um projeto conseguiu criar galinhas genéticamente modificadas que podem produzir proteínas específicas para ajudar no tratamento à artrite, certos tipos de câncer e outras doenças virais. As drogas produzidas não são suficientes para o uso comercial humano por enquanto, mas já são usadas para animais de fazendas. Desse jeito, conseguimos encontrar as diversas essências humanas em apenas este animal doméstico; em como tratamos e usamos elas, em representações artísticas e escondida em seus próprios nomes, pois assim como o nome Bantam representa o nome do lugar de onde o animal veio, seu nome em potuguês, Garnisé, vem do nome da ilha Guernsey de onde elas então vieram para o Brasil. Se você achou interessante a foto da galinha de calças talvez você se interesse também pelo acervo online do museu da vida rural inglesa e nos seus museus irmãos da Universidade Reading na coleção digital deles. Além dos objetos do museu rural também há objetos do museu de zoologia, o museu de arqueologia grega, o arquivo dos estudos da Alemanha Oriental e muitos outros. Referências:
https://www.smithsonianmag.com/history/how-the-chicken-conquered-the-world-87583657/ https://www.etymonline.com/word/bantam https://www.npr.org/sections/thesalt/2015/07/20/424707879/the-ancient-city-where-people-decided-to-eat-chickens https://jus.com.br/artigos/6103/inconstitucionalidade-e-ilegalidade-das-rinhas-de-galo https://youtu.be/frgtm4x2QFI https://www.bbc.com/portuguese/geral-47030146 https://collections.reading.ac.uk/ 2020 me deixou preso em casa por um bom motivo. Desde Março estou estudando e trabalhando aqui, mas pelo menos isso me permitiria estudar e explorar outros hobbies no tempo que originalmente seria para transporte. Um deles foi a escrita, busquei participar de um concurso do Itaú Cultural de textos curtos, o tema deveria estar ligado à vida depois da pandemia do coronavírus. Escrevi, mas me enganei com o limite de linhas °-° , enfim, fiz um texto longo demais (eram os últimos minutos para escrever o conto). Fiquei um tento triste, por isso busquei algum outro concurso para me inscrever, que eu eventualmente achei. Outro hobbie que gostaria de desenvolver era o bordado. Sempre quis. E agora tinha tempo. Comprei um curso no Domestika e me diverti muito aprendendo e na última semana fiz meu primeiro bordado :o Nos primeiros meses de quarentena estava tudo extremamente tranquilo, só que logo que as demandas foram melhor compreendidas naquele novo estilo, as coisas começaram a desandar. Apesar de que tenha atrasado alguns trabalhos (mesmo agora com menos para serem entregues por mês .-.) e tenha tido que acostumar a esta nova dinâmica eu pude apreciar algumas das minhas descobertas na web. Esse seria meu outro hobbie. Criei uma pasta para salvar sites de fonte de informação e descobri há pouco tempo um diretório do google de sites ".new", que eu não sei se consigo explicar bem, mas isso me deixou com várias páginas para descobrir. Meio que nessa parte é isso, sempre indo em sites especiais e centrais para descobrir outros novos sites e repetindo. Aprendi muita coisa nesses quesitos, algumas acabei esquecendo, mas outras vou guardar estratégicamente. Só que ainda me pego pensando como criadores de conteúdo como Down The Rabbit Hole conseguem pesquisar e produzir seu conteúdo, mas olhando criticamente sobre esses pensamentos, eu nunca estive tão perto de descobrir.
Durante a quarentena a dinâmica do meu trabalho na biblioteca mudou para atividades online, a maioria vídeos que eu e meus colegas produzimos. Um blog de onde costumo tirar várias inspirações para os temas dos meus vídeos é o Public Domain Review onde os colunitas escrevem artigos sobre obras em dominio público e o contexto delas. Apesar deste ser o principal site que uso para pesquisar temáticas interessantes ele não é o único. Para me encontrar com os objetos cara a cara gosto de visitar acervos digitais, e sempre fico contentente em descobrir um novo site. Inclusive noto que muitos sites de museus estrangeiros possuem ótimos mecanismos de exploração dos seus acervos, algo que tenho pesquisado nos sites brasileiros para entender um pouco melhor como estão em cada caso. Entretanto comecei a me interessar pela descoberta de coisas guardadas na internet pelo Internet Archive e todos os arquivos que ele possui, iniciando pelos arquivos de fotos da NASA e nos livros digitalizados. As coleções de imagens de alguns sites do Internet Archive me fez apreciar o tempo que entrei para a internet. Não nasci em uma época que pudesse acompanhar a evolução das comunidades virtuais tão de perto (provavelmente nasci em um tempo bom para assistir as explorações espaciais), mas o trabalho de pesquisar e descobrir coisas que para mim eram até há pouco tempo obscuras é extremamente instigante :) Acho que isso tem haver com o estudar temáticas que te fascinam e possam te formar profissionalmente, sendo que nos últimos anos realizei estudos nas áreas de ciência da informação e sociais aplicadas, inclusive conseguindo um emprego diretamente ligado ao que gosto :D
Enfim, estes e outros mais são os materiais que me inspiram. |
AutorSobre mim só precisa saber que faço bordado, escrevo, leio e gosto de pescar. Sobre profissão e estudos não se fala na mesa de jantar, mas sobre essa questão curso conteúdos ligados à informação e ciências sociais aplicadas. ArquivoCategorias |