Há 49 milhões de anos atrás o mundo era muito mais quente. Inclusive o período do eoceno (56-34 milhões de anos) começou marcado por um aumento brusco de temperatura chamado Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno e depois uma queda dessa temperatura. Ainda não se sabe ao certo o motivo desse grande aquecimento, várias hipóteses buscam achar uma resposta, mas o fato era de que o efeito estufa nesta época era alto e que a atmosfera era rica em dióxido de carbono. No entanto, como eu falei, a temperatura despencou em meados do período eoceno adicionando outras perguntas com tentativas de respostas muito interessantes :p Além de outros eventos geológicos que podem estar relacionados, a queda de temperatura pode ter sido um efeito de um evento geo-biológico chamado Evento Azolla que ocorreu no Oceano Ártico (polo norte) que na época, devido a quentura, não possuí calotas. Além do mais o Oceano era fechado pelos continentes formando um mar interior. Assim devido à alta evaporação o mar se tornou extremamente salgado e as águas doces e menos densas que desembocavam ali, em maior volume por causa das chuvas da época, criaram uma fina camada sobre o mar salgado o que proporcionou a proliferação de uma espécie de samambaia aquática chamada Azolla extremamente efetiva em se proliferar. Com tamanha proliferação por todo o Mar Ártico as plantas sequestravam muito dióxido de carbono da atmosfera, mas, não somente isso, quando estas morriam elas afundavam para o fundo do mar o que impediam suas decomposições e consequente devolução do gás pra atmosfera. Continuando esse ciclo de sequestro de carbono por milhares de anos estas plantas mudaram a temperatura global (junto com outros eventos). Sequestro de dióxido de carbono é um assunto que considero muito interessante porque este é o assunto que muitos profissionais ao redor do mundo trabalham como medida para combater o aquecimento global (que a propósito é uma alteração de temperatura tão brusca quanto o Máximo Térmico) Mas não é surpresa que este tópico seja bastante complexo ainda mais quando se adicionam os aspectos econômicos e políticos entre os países. Por isso acho incrível que você possa encontrar recursos como o site Carbon Dioxide Removal Law da Columbia University. Ele é um extenso banco de dados com centenas de leis e recursos sobre a remoção de dióxido de carbono separados em duas divisões técnicas que se diferenciam na questão de como se usa este carbono que está sendo sequestrado. Nem sempre quando se "remove" o CO2 da atmosfera a empresa não o utiliza mais. Ele pode ser guardado, transformado em outros produtos e serviços que então o liberariam de volta em diversos processos. O objetivo destes métodos é serem neutros na liberação de CO2, colocando na atmosfera gases que já estavam nela, diferente do que a indústria humana sempre fez, que é queimar combustíveis que estavam sem contato com a superfície por milhões de anos. Este método de uso neutro do carbono se chama Captura, Utilização e Guarda de Carbono (CCUS em inglês). Entretanto ele não está sozinho e é acompanhado pelos métodos de emissão negativa de carbono que buscam caminhos tecnológicos e naturais para retirar completamente partículas de CO2 da atmosfera sem a criação de subprodutos. A complexidade destas indústrias vão além das suas tecnologias e entra em questões financeiras, por exemplo um destes métodos está em vantagem de outro por criar um produto e assim obter lucro, mas se o objetivo é combater efetivamente o aquecimento global as tecnologias que negativam o dióxido de carbono são melhores. Por isto o site da Universidade Columbia presta um grande serviço ao organizar as leis que regem o mundo da remoção de carbono, trazendo informações sobre as nossas ferramentas neste evento geológico que vivemos.
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AutorSobre mim só precisa saber que faço bordado, escrevo, leio e gosto de pescar. Sobre profissão e estudos não se fala na mesa de jantar, mas sobre essa questão curso conteúdos ligados à informação e ciências sociais aplicadas. ArquivoCategorias |